Serenata – Canto popular à porta da moça preferida ou de pessoa que se pretende homenagear. Já era praticado na Grécia clássica e em Roma. Ao contrário do que se pensa, a serenata não é uma tradição apenas estudantil, antes se encontra espalhada por todas as camadas sociais e por todo o país, designadamente nas comunidades rurais.
O termo provém de cantar ao sereno, id est, ao ar livre nas noites cálidas de Verão. Nessas noites, os rapazes costumavam reunir-se e percorrer a aldeia com pequenos grupos instrumentais (por vezes no fim do ensaio das tunas, onde as havia), fazendo rondas (vide) de alegria e cantoria. Ao passarem à janela das moças casadoiras, dirigiam-lhes cantos particulares, geralmente a cargo do moço que a queria conquistar. “A viola vai na rua / Perto vai o tocador / Menina venha à janela / Venha ouvir o seu amor”. Esta prática ganhou o nome de serenata justamente por ser cantada ao sereno da noite. Tradição semelhante em Espanha. Assim, os estudantes de Coimbra, ou de outra qualquer cidade estudantil, ao cantarem as suas conhecidas serenatas, nada mais fizeram do que transportar para esses meios uma tradição que já traziam das suas terras de origem.
Mais: Tunas do Marão, Tradisom 2005, de José Alberto Sardinha, p. 182-185.
Discografia: Faixa 13 (Carvalhais, Santa Marta de Penaguião) do CD 1 que acompanha o livro Tunas do Marão.
N. B. – OS TEXTOS DESTA ENCICLOPÉDIA DAS TRADIÇÕES POPULARES ESTÃO SUJEITOS A DIREITOS DE AUTOR, PELO QUE A SUA REPRODUÇÃO, AINDA QUE PARCIAL, DEVERÁ INDICAR O NOME DO SEU AUTOR, JOSÉ ALBERTO SARDINHA.