Mazurca – Dança de origem polaca que se expandiu e foi moda em toda a Europa no séc. XIX. Na verdade, a mazurca que assim se disseminou era uma simplificação da velha dança tradicional polaca conhecida desde o séc. XVI. Tornou-se dança de salão e veio a ser cultivada por numerosos compositores eruditos, como Chopin, Tchaikowsky, Léhar, Glinka, Moussorgsky. Conhecida na Alemanha ainda no séc. XVIII, atingiu os salões parisienses na transição para o XIX e depois, por meados de oitocentos, expandiu-se por toda a Europa, tal como a polca (vide) e naturalmente pelas mesmas vias.
Tal como outros ritmos centro-europeus por nós importados, popularizou-se e passou a fazer parte dos bailes do povo português. A sua estrutura musical (compasso ternário com acentuação no segundo tempo) manteve-se até hoje e é detectável na tradição portuguesa moderna não só quando conserva o nome de mazurca, mas também quando adoptou designações decorrentes de algum pormenor coreográfico, como é notoriamente o caso da Valsa de dois passos (vide), nalgumas regiões conhecida por Moda a dois passos. Com o nome apropriado, id est, mazurca, embora raramente, ocorre entre o nosso povo na Estremadura, Ribatejo e Alentejo. Também persiste noutros trechos musicais, porém denominados pelo refrão ou o inccipit da cantiga que lhe foi introduzida.
Mais: Tradições Musicais da Estremadura, Tradisom 2000, de José Alberto Sardinha, p. 384-385.
Discografia: Tradições Musicais da Estremadura, de José Alberto Sardinha: Faixas 32 (Maxial, Torres Vedras) e 33 (Olho Marinho, Óbidos) do CD 3 que acompanha este livro; Recolhas Musicais da Tradição Oral Portuguesa, 1982, de José Alberto Sardinha, Disco 3, Lado B, Faixa 4 (Cano, Sousel); Portugal – Raízes Musicais, recolhas de José Alberto Sardinha, BMG/Jornal de Notícias 1997, CD 3, faixa 8 (Castro Daire), CD 5, faixa 20 (Sousel).
N. B. – OS TEXTOS DESTA ENCICLOPÉDIA DAS TRADIÇÕES POPULARES ESTÃO SUJEITOS A DIREITOS DE AUTOR, PELO QUE A SUA REPRODUÇÃO, AINDA QUE PARCIAL, DEVERÁ INDICAR O NOME DO SEU AUTOR, JOSÉ ALBERTO SARDINHA.