Gaita-de-boca

Gaita-de-boca, ou Gaita-de-beiços – Instrumento musical popular de sopro, da família dos aerofones de palheta metálica livre (v. acordeão, harmónio e concertina), também conhecido entre o povo português por gaitinha, gaita-de-beiços, flaita (no Baixo Alentejo e Algarve), realejo e por vezes sanfona, sendo estas duas denominações resquícios de outros antigos instrumentos musicais populares, hoje desaparecidos da tradição portuguesa. Na organária oficial, leva o nome de harmónica de boca (tradução de Mund Harmonika).

Instrumento muito difundido por todo o país, o seu reportório é essencialmente constituído por música para bailar, tal como os seus congéneres da mesma família instrumental. Atenta a sua pequena dimensão, tornou-se muito popular e facilmente utilizável em qualquer ocasião, como no campo nos finais dos trabalhos, ou nas desfolhadas, além, naturalmente, dos bailes populares. Frequentemente é tocado com acompanhamento de castanholas, percutidas pela outra mão do mesmo tocador – v. Castanholas.

Mais: Harmónios da Estremadura, de José Alberto Sardinha, no prelo; Tradições Musicais da Estremadura, Tradisom 2000, de José Alberto Sardinha, p. 457 e 458.

Discografia: Tradições Musicais da Estremadura, de José Alberto Sardinha, Faixa 38 (Vilar, Cadaval) do disco 3 que acompanha este livro; Recolhas Musicais da Tradição Oral Portuguesa, 1982, de José Alberto Sardinha, Disco 3, Lado B, Faixa 9 (Alte, Loulé); Portugal – Raízes Musicais, recolhas de José Alberto Sardinha, BMG/Jornal de Notícias 1997, CD 1, Faixa 17 (Mirandela), CD 5, faixas 10 (Ponte de Sor), 17 (Avis), 26 (Salvaterra de Magos); CD 6, faixa 23 (Loulé); A Origem do Fado, de José Alberto Sardinha, CD 3, Faixas 4 (Paradela, Miranda do Douro), 9 (D. Maria, Sertã), 15 (Chão da Velha, Nisa); Recolhas de Armando Leça, inéditas, arquivo RDP, bobine AF-534 (Milagres, Leiria).

N. B. – OS TEXTOS DESTA ENCICLOPÉDIA DAS TRADIÇÕES POPULARES ESTÃO SUJEITOS A DIREITOS DE AUTOR, PELO QUE A SUA REPRODUÇÃO, AINDA QUE PARCIAL, DEVERÁ INDICAR O NOME DO SEU AUTOR, JOSÉ ALBERTO SARDINHA.