Décima – Estrutura poética em estrofes de dez versos, de metro variável, por extensão aplicável ao poema constituído por um mote em quadra e por quatro glosas em décima, muito em voga na segunda metade do séc. XIX entre os cantadores de fado, geralmente de carácter narrativo ou moralista, aliás na sequência das raízes do Fado (vide). Esta estrutura poética de origem erudita, outrora praticada pelo nosso povo em todo o país, permaneceu muito arreigada entre os alentejanos, que a continuam a cultivar de forma aliás exímia, com carácter repentista e simplesmente recitada. Convém, todavia, lembrar que não é, nem nunca foi, privativa dos alentejanos, pois há exemplos de poetas populares cultivando essa forma noutras províncias.
Mais: A Origem do Fado, Tradisom 2010, de José Alberto Sardinha, p. 70 a 76.
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