Bandolim – Instrumento de cordas dedilhadas, de origem italiana, popularizado em Portugal no séc. XIX através do movimento das tunas – vide. Arma com quatro cordas duplas, com a afinação do violino. Toca-se com plectro, popularmente designado por palheta. É o soprano da família instrumental que, entre outros, inclui a bandola (tenor) e o bandoloncelo (baixo), outrora muito utilizados também nas referidas tunas.
A nível da música de tradição oral, o bandolim não conheceu grande expressão, talvez por ser um instrumento solista que não conseguia rivalizar com a viola, a rabeca (violino) ou a guitarra, de maior implantação nesse meio. Sem embargo, podemos vê-lo, no séc. XX, nas mãos de cegos mendicantes tocando e cantando pelas feiras e ruas de todo o país, bem como integrando grupos informais nas aldeias, de reportório lúdico e de baile, mais tarde nos ranchos de representação folclórica. Nos Açores, nas ilhas em que a viola da terra não executa solos de ornamentação, mas apenas acompanhamento (v. g. Faial), é o bandolim que tem a seu cargo aquela função.
Mais: Instrumentos Musicais Populares Portugueses, de Ernesto Veiga de Oliveira.
Discografia: Tradições Musicais da Estremadura, de José Alberto Sardinha, Tradisom 2000, CD 3, Faixa 26 (Caldas da Rainha); Tunas do Marão, de José Alberto Sardinha (nos quatro CDs que acompanham o livro); Portugal – Raízes Musicais, de José Alberto Sardinha, BMG/Jornal de Notícias 1997, CD 2, Faixa 7 (Macedo de Cavaleiros), CD 5, Faixa 4 (Caldas da Rainha); A Origem do Fado, de José Alberto Sardinha, CD 3, Faixas 5 (Torredeita, Viseu), 7 (Velas, Ilha de S. Jorge), 17 (Vilarinho da Samardã, Vila Real); Recolhas de Armando Leça, inéditas, arquivo RDP, bobine AF-528 (Penafiel e Silva Escura, Maia).
N. B. – OS TEXTOS DESTA ENCICLOPÉDIA DAS TRADIÇÕES POPULARES ESTÃO SUJEITOS A DIREITOS DE AUTOR, PELO QUE A SUA REPRODUÇÃO, AINDA QUE PARCIAL, DEVERÁ INDICAR O NOME DO SEU AUTOR, JOSÉ ALBERTO SARDINHA.